sábado, 11 de setembro de 2010

... mas querido, você é a única exceção.





       Sim, eu ainda vago sem pressa por aquelas ruas que um dia foram nossas. Vejo a marca de suas mãos nas paredes que antes nos serviram de base. Como isso é possível? Eu ainda ouço o som de sua longa e rouca risada a me ver descontente com algo. Como se fosse ontem, sua súplica de remissão complementada por um deleitoso abraço, como remate.  Os rastros dos nossos pés ainda desenhados no chão de areia por sobre a calçada. Aquele edifício baldio, que se encontra em ruínas, já foi palco das mais belas confissões de um amor. Folhas secas voando conforme a intensidade daquela mesma brisa... elas indicam a mudança da estação. O sol se põe, e então eu me perco no tempo. Volto para o meu mundo, sem espera nem talvez. Torno a calcular meus passos e, depressa, a mecanizar o emocional. Tanto tempo se foi e desde então a jura de não mais "sentir", rege-me.  A página virada, e nada mais restou. Apenas um áspero caráter, demasiadamente racional...



" ...and that was the day that I promised I'd never sing of love if it does not exist but darling... you are the only exception"

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