sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Como você, ninguém.

 




   Veemência me é tanta, por que não consigo inspirar-me em ti? Tu que me viste quando, amedrontado, escondi-me atrás de muros. Tu que me tocaste quando impotente despi-me em caráter inerme, e entorpeci. Tu que me ouviste quando, atrevido, calei-me impertinente... inconseqüente. Louco, gritei a mais estridente mudez de minh’alma, e lá tu estavas a me admirar. Tu que me exortaste quando minha covardia sobrelevou meu talento. Me estimulaste a lascívia, e desejou-me em excesso, assim, libertino.  Teu cheiro ainda esparge em meu favorito suéter e faço dele cobertor em manhãs de temporal. Tu que me tapeaste quando receio me foi predominância, e após, consolou-me com um voraz abraço me chamando de “meu menino”. Tu que sumiste sem mais, sem nada. Queria que voltasses ou ao menos me visse aqui. Sentirias orgulho ao ver o homem que me tornei neste tão curto espaço de tempo. Sorriria a ti, e agradeceria da maneira que sei que lhe é agrado... e como sei.  Nada te tirará daqui de dentro, jamais.



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