quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Ele só tinha dezesseis






Batidas apressadas ecoam de ti. Um riso acanhado e inocente que me foi sedutor, assim, imediato. Mãos macias e trêmulas explorando uma nova possibilidade, desconhecida direção. Cabelos molhados, e aos poucos, se alastra um forte aroma de maçã. Clichê prepotência trajada do mais inequívoco pleonasmo. Substantivos que se compõem necessariamente ao imaturo. O repentino.  A obscuridade de palavras que ressoam dentro em mim, constantemente. Rigidez em atos que despedaçaram o que nos era privilégio. Por que assim tão suscetível? Fiz-me fortaleza para te abrigar , fiz-me hostil para te ensinar. E tudo que me deras: um beijo ardente seguido de um cínico pesar. E ainda, que de mim conseguistes extrair uma tamanha apatia. Garoto, me amaste como ninguém poderia. A declaração mais ingênua e leal que a mim foi concedida.  E assim me servirei de ti para todo “o sempre”, em minhas recordações. Seus olhos exprimidos me são prova fiel do que há de mais honesto. Oras, falhastes sim, incontestavelmente. Todavia, nada mais era que a beleza de uma idade ambígua e irresoluta.  Que mais eu podia querer, se deste a mim, tudo o que possuías. Afinal, nada mais tinha, do que apenas dezesseis.


"... estávamos ligados, comprometidos."

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